O que faz a sua mente parar?
Numa das mais belas histórias Sufis que já li, sobre o mestre Mojud, no livro A Sabedoria das Areias, Osho diz “Sempre que estiver se estabilizando, o Mestre o desestabiliza novamente. Porque não se deve ser permitido que você se estabeleça em nenhum lugar antes de chegar a Deus, daí a constante mudança. Todos os lugares são estações ao longo do Caminho. Você pode permanecer por uma noite, mas pela manhã deverá partir”.
Então, o mestre dos magos vem de vez em quando me desestabilizar, bate à porta, desaparece e me deixa aqui na minha caverna do dragão. Esse mestre é tão ligeiro que parece que foi o caminho ele mesmo que bateu à minha porta. Engraçado imaginar: acordei e abri a porta e na frente de casa, tinha outro caminho! Fez uma mãozinha sorrateira de grama, me lançou um seixo bem na fronte do meu sossego e se escorregou no chão. Assim o caminho tem me guiado a novas alquimias.
Esses novos caminhos tem me convidado a enxergar a ilusão da mente. Eu já sabia que a mente mentia. Meu corpo já tinha me avisado! Mas ficam esses dois nesse pega interno, como irmãos que não se entendem: a mente tagarelando sem parar e o corpo querendo que a mente o deixe quieto! Como tudo no mundo é feito de três substâncias, me ensinou a alquimia: o positivo, o negativo e o neutro; a tese, a antítese e a síntese; o masculino, o feminino e o andrógeno... que venha a Sagrada Consciência alquimizar esses dois!
E por onde anda a dita cuja?
"Meia noite no meu quarto, ela vai subir, ouço passos na escada, vejo a porta abrir!"
Será se é ela?? Rsss!
Espero que alguns sinais sejam indícios de falha mecânica da mente. Por uso indevido e excessivo, torço por uma pane total próxima! Algumas imagens tem me vindo, principalmente quando não consigo julgar algo. O julgamento tem falhado, em algumas situações já não dá mais para decidir, definir ou postular um princípio... e aí me sinto flutuando em suspensão. O resultado não é indecisão, é silêncio. A mente realmente só serve para comprar pão. E o estrago que ela tem feito no lugar errado!? Julgando as experiências alheias ou até mesmo as próprias com categóricos isso é bom e isso não, isso é certo, isso é errado, isso é melhor, isso arrrggg...
Contemplando esses novos ensinamentos e testemunhando a fragilidade dos julgamentos, me lembrei dos desenhos de Escher, em que a minha mente dá pane por total incapacidade de compreensão! Esse cara é um mestre! Seus desenhos são como um Koan do zen!
Diga aí, o que faz a sua mente parar?